domingo, 5 de setembro de 2010

A Negligência nas Faculdades a Distância

O modelo EAD, surgiu como revolução as possibilidades de acesso nas massas menos favorecidas para a conclusão de um ensino superior. Teoricamente falando, é um modelo incrível, o aluno assiste as aulas com a mediação de um tutor em tempo real, tem acessos as mais diversas mídias, como os ambientes virtuais os fóruns, além dos esclarecimento das possíveis dúvidas ao vivo. Sou suspeita de falar das EAD's, pois sou fruto dessas modalidade , formada em Normal Superior, vivenciei por três anos essa experiência. A adaptação foi complicada, estudar com professores que possivelmente nunca saberão que fizeram ou fazem parte da sua formação, é assustador, mas com o tempo, se acaba habituando e tentando acompanhar a velocidade dos trabalhos propostos (que é um grande defeito desta proposta a distância). As aulas acontecem geralmente uma vez por semana e isso é compensado pelo excesso de trabalhos programados, o acúmulo de textos e propostas. O aluno em quase sua totalidade não ler os links direcionados, muitos menos produzem os trabalhos. A internet é uma das maiores e melhores invenções do mundo, o universo fica ao seu dispor e os trabalhos de terceiros também. A pesquisa foi substituida pelos plágios e cópias muitas vezes sem nexos de diversos trabalhos. Pesquisa é fundamental , a leituras dos artigos alheios e trabalhos publicados possibilita o amadurecimento e ampliação do entendimento das mais variadas questões, afinal nenhuma construção, seja ela discurso ou nas próprioas falas surge apenas das nossas cabeças, é preciso vivenciar outros ambientes, outras leituras. O que se distorce atualmente e isso se amplia nas modalidades presenciais também é o descomprisso do aluno. Sempre afirmo aos meus alunos: "o aluno compromissado, se faz em qualquer modalidade". Porém é preciso admitir que os alunos "irresponsáveis" se configuram com mais evidência nas modalidades a distância. Talvez pela ideia de "facilidade" que esses modelos representam na visão geral. Estou trabalhando nessa proposta, invertir os papeis, sai da condição de aluna e estou mediando. Acredito na seriedade da proposta, no bom conteúdo e discordo que o conhecimento apenas de faz numa modalidade presencial, ética e envolvimento se molda na índole do indíviduo. Quatro vezes por semana me encontro com os alunos, e procuramos explorar o debate, e desenvolver os trabalhos com a consciência da importância de não negligenciar o próprio conhecimento. Afinal nenhuma faculdade oferece o conhecimento, apenas subsídios, cabe ao sujeito inserido no processo fundamentar sua autonomia.

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